quarta-feira, 28 de março de 2012

Enquanto isso no divã...

Eu quis amar, mas tive medo
e quis salvar, meu coração
Mas o amor sabe um segredo
o medo pode matar o seu coração...

Tudo é negociável, todos são analisáveis. Pare e pense: nós analisamos o outro o tempo todo, seus gestos, suas roupas, seus dizeres... é do humano fazer isso, não necessariamente isso é feito com uma má intenção, as vezes apenas por esporte ou pura curiosidade. E foi movida pela curiosidade de analisar não os outros mas eu mesma que fui parar no clichê máximo da análise: o divã!


Primeiro que não era o divã dos meus sonhos, meus sonhos como você querido leitor já deve ter percebido, são megalomaníacos, culpa do zodíaco claro... que me deu essa junção de sagitário e leão, imaginava eu um divã dourado, com brocados em bordô, mas não... trazida para a realidade pelo analista me deparei com duas simpáticas poltronas verdes.

Uma vez sentada me pus a fazer o que eu faço de melhor: falar, falar e falar... desde assuntos mais sérios até asneiras em geral. Fiquei com vergonha de ver como eu consigo falar tanto, o que na verdade é uma técnica de tímidos mais experientes, falar antes que o outro fale, abordar antes que o outro te aborde não necessariamente são atos de pessoas despojadas e seguras, mas podem dar segurança a pessoa que toma a iniciativa, eu acho...

Depois em casa fiquei pensando e pude resumir a minha incrível consulta em três palavras:

MEDO - É, eu sou meio cagona...
CULPA - Essa sem vergonha que assola majoritariamente o gênero feminino;
AMOR - Ai de mim que sou romântica...

Pois é, no fim todo o papo, aquela lenga lenga girou em torno desses dramas universais. Imagino que partindo desse raciocínio eu não sou tão diferente assim do resto da humanidade, o que me fez feliz, por outro lado com tantas questões importantes no mundo para resolver, olha a culpa, fome, miséria, analfabetismo... como que a minha existência ainda sente medo e fica pensando no amor? 

O medo tudo bem, eu tenho medo de aranha, de dizer não, de bege, de fazer bolo com ovo podre... enfim... normal, tá, talvez um pouco acima do normal... mas não chega a ser algo paralisante como em algumas pessoas, que se engessam por medos que dificilmente encontram ecos na vida real do dia a dia. Mas o amor?   Essa já não era uma questão superada? Eu já não reconstruí meu coraçãozinho milhares de vezes? E jã fui amada outras tantas...então me dei conta de que não, o meu coração ainda é um terreno pantanoso e esperançoso, talvez um pouco gélido... mas mais vivo do que eu imaginava.

E a culpa? Bem, digamos que agora nesse momento depois de ingerir uma alta quantidade de gorduras, carboidratos e álcool eu esteja com uma certa culpa... 

Mas apesar disso tudo, fico com a impressão de que nem tudo é analisável, é impossível captar o que vai no coração do outro, pode auxiliar sem dúvida a uma compreensão mais plena de si, mas a totalidade só nós conhecemos, esse mundão que vai aqui dentro é nosso e devemos deixá-lo sempre habitável e florido, eu acho pelo menos... ah é, isso foi bonito, o moço me disse que eu tenho flores nos olhos, claro que isso deve ter uma conotação científica qualquer, ah mas que se dane a ciência, eu achei foi poético demais...flores nos olhos....lindo não é?

terça-feira, 27 de março de 2012

Versos para uma terça feira

E lá vai a morena mexer tudo de novo, revirar o baú de folhas esquecidas, relembrar as rendas que fazia e as cores que em sua face luzia. Vai beber água da cuia, pisar devagar na grama pra não a machucar... mas se preciso for vai dançar bem forte e bater o pé, se sentindo dona de tudo aquilo que é. E lá vai a menina, vai sem pressa...
Quando o vento soprar ela vai, quando a água tocar seus pés estará em casa, sentir os aromas, remexer o caldeirão da vida, manjerona, alecrim, ouro, vozes, amarelo e vermelho, todas as cores e jeitos, um beijo, mil amores, e se sentires dor não se preocupe e não se acanhe, a flor também é ferida aberta e não vemos chorar.