quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Chega no suingue

A ordem é samba, a ordem é faxina.... Para limpar a casa, limpar a uruca, limpar a cuca é necessário e prudentemente aconselhável uma faxina total. Faxina nos cômodos, nas gavetas, naquele armário cheio de potes plásticos que você guarda sabe-se lá para quê....

Faxina baby...

Pegue seu pano molhado, rodo, vassoura, aspirador e sabão, pegue coragem, luvas e som...som!!!! Embale sua limpeza, embale o seu esfregar, embale suas reboladas ao torcer o pano no balde e tirar aquela água que leva o pó dos dias e deixa seu chão limpo e pronto para novas pisadas.

Som!!!!


Na retina

A mente turveia realmente pela segunda vez, confusão e serenidade se misturam, os pesos parecem diferentes como quando pesava balas no mercado aos dez anos de idade. Aliás nessa idade o maior peso era o das penas das petecas, revirei o baú, redescobri o que o tempo encobriu e não havia dado mirado. A poeira que cobriu os dias e os olhos e os pés fincando-os imóveis e presos aos céus, a poeira agora aguada se derrete e quer retornar à terra, terra de flores e cores, o mundo anda cinzento disse-me a boa velha, mas ainda assim é belo, certamente ela viu o que consigo entrever agora, o caminho lento e rude da poeira das retinas buscando as flores no chão de terra batida.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Pequenas (grandes) alegrias

O que une todos os seres humanos, segundo Dalai Lama, é o desejo intrínseco de ser feliz, a busca da felicidade é algo que costuma estar na pauta de todos, de monges a criminosos perigosos que aparecem nos programas policiais, passando pela minha mãe, o seu chefe e porque não meu cachorro vira lata.

A busca da felicidade é sempre vista como uma meta de vida, seja por vias materiais de acúmulo de dinheiro e bens, seja através de relacionamentos amorosos com pessoas que possam lhe fazer feliz. Mas a real é que ninguém o faz feliz, as pessoas nos ajudam nessa busca, mas ela em si é pessoal e intransferível, um grande jogo onde apostamos as fichas sem saber se vai dar prêmio. Mas é aí que mora o barato da coisa, o imprevisto, o inusitado dos caminhos que se anda em busca dessa tar felicidade.



Particularmente acho bobagem grandes feitos de felicidade, gosto das miudezas, dos detalhes escondidos repletos de alegria e satisfação que coisas simples do cotidiano nos proporcionam. As vezes avistamos a felicidade como uma terra longínqua para onde tentamos guiar a canoinha de nossas vidas, quando eu casar serei feliz, quando tiver tal emprego serei feliz, quando emagrecer serei feliz e por aí vai um rosário de adiamentos, uma felicidade tão distante quanto Saturno está da Terra. Protelamos a possibilidade de sermos feliz, muitas vezes não a enxergamos mesmo diante dos nossos olhos naquele momento banal da vida do dia a dia. A eterna mania de grandeza do humano.



Mania besta, se olharmos atentamente as pequenezas recorrentes em nossa existência nos trazem ainda que por minutos, e o que é bom dura o tempo que tem que durar, a sensação de felicidade, de que a vida é um lugar maravilhoso apesar dos pesares. Momentos de feliz estar como os pequeninos a seguir:

- Acordar tarde no sábado e ver que está Sol;
- Comer um bombom após o almoço;
- Fazer xixi quando se está super apertado;
- Alguém que aparece de surpresa no seu trabalho só para lhe ver;
- Cheiro de café fresco;
- Tomar banho de chuva no verão;
- Rever alguém querido;
- Rir até doer a barriga;
- Olhar os cachorros brincando;
- Tirar a farpa que entrou no dedão no pé;
- Ouvir que alguém sente saudade de você;
- Dublar o jornal nacional com amigos;
- Achar dinheiro no bolso da calça;
- Ver a Lua nascer;
- Cantar no chuveiro e achar que está arrasando;
- Cheiro de terra molhada;
- Conversar sem ver a hora passar;
- Andar descalço na terra;
- Cochilo depois do almoço;
- Ter alguém que te ame;
- Ter a quem amar;
- Brincar com crianças travessas;
- Chuveiro consertado;
- Café com bobagem;
- Espirrar e achar que está gripado e descobrir que você está ótimo;
- Ver filme debaixo das cobertas;
- Festa boa com gente esquisita;

E por aí vai...a lista é enorme, ainda bem hehe.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Acordando.

Do respiro no amanhecer a luz insiste em invadir as frestas da janela, já é cedo, olhos amorosos sorriem, o vento frio de fora das cobertas e o café, ah o café chega cheiroso, gostoso, só meu. Melodias atravessam os vasos da janela, movem o corpo e os pés frente a pia, movem o lavar dos copos e a espuma que escorre pelos dedos, e agora pelas suas mãos que apertam seu abraço. O sorriso chega no rosto, com gosto de pão com manteiga e café, com a beleza de mais um bom dia.


sábado, 4 de junho de 2016

Pé atrás.

"Camarão que dorme a onda leva." - Beth Carvalho

Você sabe, você já ficou, ou talvez na pior ou melhor das hipóteses você que lê este pequeno texto é um senhor ou senhora "Pé atrás".

Significado: Metáfora utilizada em língua portuguesa (Brasil - Portugal) com a conotação de desconfiar, não ter confiança em uma pessoa ou situação.

O medo de ser enganado, passado para trás, deixado de lado e sofrer para caralho é uma constante na vida de qualquer ser humano que exista nesse mundão de meu Deus. Confiar em alguém ou em algo é uma arte a ser desenvolvida ao longo de uma vida toda, quiçá de várias vidas dependendo aí da sua crença, porque é difícil meu querido, é complicado... ainda mais se você como eu já tomou umas piabas na vida por confiar demais.



Daí caímos em outra expressão popular o famoso gato escaldado tem medo de água fria, embora alguns gatos gostem de água fria por incrível que pareça. Então você cria uma couraça, uma espécie de redoma onde você guarda os seus valiosos sentimentos para que fiquem a salvo de qualquer armadilha, você fica com o pézinho atrás. Esse pé atrás é o que você acredita que irá te salvar e te proteger, seria um impulso necessário para sair de uma queda ou para gingar e driblar uma situação desfavorável.

E você vive a vidinha assim, com o lazarento do pé trás, você ama, você acredita, se envolve mas sempre com aquele senão, aquela não entrega total de seu ser maravilhoso. O que é uma merda colossal, afinal de contas que raio de vida é essa onde você fica vivendo com medinho de sofrer e de entregar a qualquer coisa? Mas ainda assim você segue achando que tá tudo bem, tá tudo favorável, até que....tcha na na nam!!! Acontece alguma coisa que faz você rever isso tudo aí, aparece alguém ou uma situação que sorrateiramente tira o seu pé de trás desse corpinho sensual que vaga pelo mundo. 



Aí vem o pânico, cacete cadê aquele pézinho atrás tão confortável? Pois é meu bem, ele voltou para frente, para o lado, se aconchegando em outro pé ou não. Anos e milênios de pé atrás e você se acostuma, mas de repente ao ter esse pé retirado do local rotineiro se enxerga que esse novo lugar do pé também é bacana, também é maneiro. E as couraças se soltam, aquela redoma é uma mera lembrança em algum lugar embriagado de sua mente e você se sente pleno. 

Fragilmente pleno, afinal ainda se acredita que essa plenitude possa ser retirada a qualquer momento, mas não...o medo se foi e lá está você de peito aberto e majestoso, apenas olhando para o chão de vez em quando para ver se ele ainda está lá, como uma testemunha ocular de que toda aquela maravilha sem couraças que se vive é real. Tendo isso só resta se desejar boa viagem, agora com os dois pés do mesmo lado, e talvez com outros pés juntos, esquentando os seus nesse frio de inverno chegando.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Paulo Mendes Campos

Porque acabou?
Tinha que ser uai...entre motivos variados o lógico: o amor acaba. Em detalhes, em desgastes, em brigas e em ausências. Em choros não compartilhados, mansamente, duramente....mas ele as vezes acaba.
A esta indagação de tantos corações partidos pelo fim, o grande Paulo Mendes Campos tira os véus desse mistério, acalenta e está tudo bem, outro amor começa, outro amor chega e assim o barco da vida segue seu rumo.

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba."

domingo, 1 de maio de 2016

Vendavais e os mistérios do destino

"Da bruma leve das paixões que vem de dentro tu vem chegando pra brincar no meu quintal." Alceu Valença.

Vendaval, você já viu um desses, aquela ventania sem fim que anuncia o começo ou o fim de uma grande chuva ou tempestade. O vento levando folhas, sentimentos, papéis caídos no chão, poeira levantando e os seus cabelos tampando sua visão. Dessa forma você tão somente sente aquele frescor, o coração a se perguntar que raios é isso? Lembra da roupa no varal, da janela aberta que esqueceu saindo apressadamente, de comprar um guarda chuva para ter com que se proteger nesses casos.

Proteção, como se um reles guarda chuva pudesse te proteger no meio do vendaval, no meio daquela aguaceira que ameaça cair e que por vezes cai no vão dos olhos, entre conversas e desatinos, entre nuvens cinzentas e o chão de terra que você pisa. Chão esse que parece não estar mais abaixo dos seus pézinhos sujos, é como se levitasse acima de qualquer coisa passada, acima do por vir que se desconhece.



Daí você corre, como qualquer mortal, afim de se se resguardar, de não se molhar e correr o risco de adoecer, intempéries ocasionadas pela idade, e sofrer. Corre, busca abrigo, tenta entender de onde vem aquilo tudo, mas é tão bom o vento, ele acalma dores e relembra a sensação de estar vivo. Uma sensação clara que o coração te aponta em cada batida, em cada respiro mais fundo, em cada perfume adocicado daquele chão.

Debaixo daquela laje mais generosa encontrada no meio da rua o pensamento vagueia, você sabia que iria chover, de algum modo bizarro e sem confirmações no bendito Climatempo, mas você sabia que esse vendaval chegaria e a chuva cairia sobre sua cabeça. Se lembra da moça da loja de bolos que havia lhe assinalado com a possibilidade de chuva num futuro distante, das sensações que já havia sentido ao sentir o cheiro adocicado, da velha senhora que lhe havia afirmado que o destino é certo, pode ser adiado é verdade, mas certo é, você encontraria esse vendaval em certo tempo quando estivesse distraído e sem guarda chuva, querendo apenas passear pelas ruas e pessoas.

E o vendaval vem urgente, como se estivesse atrasado, como se quisesse despejar sobre a terra toda a chuva prometida, como num grande encontro, um misterioso encontro entre o vento e as águas, entre o medo e a felicidade, entre a certeza e a ilusória negação, sim está ventando, sim, está chovendo e o que quero é dançar em meio a bela tempestade que se anuncia.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Dia cheio, som na caixa baby

A vida merece uma trilha sonora...
Não sei como é a sua, mas tenha em mãos boas opções de músicas para animar um dia cheio como o de hoje, ou apenas para contemplar a vista, ou mesmo para chorar e rir, embale seus passos ao ritmo de qualquer coisa que preste.
Para hoje a pedida do dia é a que segue... um clássico suingado para manter o balanço da alma.




domingo, 17 de abril de 2016

Meninos e lobos

"Garotos como eu sempre tão espertos, perto de uma mulher são só garotos." - Leoni

Não importa a idade, não importa o quanto ganha, o que faz da vida, quanto sofreu ou sofre, o time do coração, a posição política nesse inferno de mentes obscuras brasileiras, quem é a mãe, onde nasceu...

Nada disso importa, homens são sempre meninos. Seja no discurso rídiculo da imensa maioria do nosso inacreditável congresso e sua nostalgia do programa da Xuxa, seja nas reuniões de pais na escola, nas reuniões artísticas de música e teatro ou mesmo no mais antropológico dos lugares para se estudar o comportamento masculino: o churrasco, todos meninos...

Digo churrasco porque é o momento mais propício para esses sinceros e carinhosos devaneios, carinhosos com exceção claro da corja política. Estava eu desfilando minha pessoa em um desses simpáticos eventos sociais e pude observar o que já vinha observando há muito tempo: homens não crescem.

O que eu particularmente acho uma graça, com exceção do pagamento de contas conjuntas que costuma ser uma das searas mais difíceis numa relação, seara essa que graças ao universo não pertenço mais. Acho uma graça, me compadeço, chego a ficar até emocionada como de fato fiquei ao ouvir um homem de quase 1,90 m de altura cantar músicas feitas pelo seu falecido pai, pessoa incrível diga-se de passagem. Cantava com uma saudade e olhos infantis, acompanhado pelo olhar atento e generoso de seus companheiros, que soltavam piadas a todo tempo, das coisas mais bestas, das coisas mais bacanas, a zuação eterna entre homens, sim, como na sexta série.

Brincadeiras com o espeto, com a coitada da linguiça e uns com os outros sem frescura regadas a muita cerveja, que vem nesse caso substituir o picolé e os doces de bar. E as micagens? As imitações uns dos outros? Os abraços apertados e as juras de carinho ao fim do evento, lá pelas tantas da manhã? Pueril e gracioso, leve como nós mulheres as vezes não sabemos ser...

E as mulheres do evento? Estavam lá, namoradas, amigas, umas graças também mas não se ousavam misturar com aquele universo tão particular, universo esse que graças a inúmeros churrascos de família com tios e primos estou acostumada e faço gosto de pertencer. Mesmo porque os meninos também podem se transformar em alguns instantes em belos lobos, acolhedores, carinhosos e fortes como tais.

Meninices, leves e libertárias, para enfrentar a rudeza que a sociedade lhes impõe, choros livres para drenar os sentimentos que não podem ser expressados em qualquer lugar mas que em ombro amigo está liberado.


quinta-feira, 7 de abril de 2016

Solamente una vez

Quantas vidas a gente têm? 
Se os gatos, e imagino que demais felinos, possuem sete, quantas nós meros mortais canídeos teríamos? Você não fica com a impressão de que renasce várias vezes durante esta única e mísera existência?
Muitas indagações? 
Terrível isso de se começar um texto, um diálogo, com apenas interrogações, dizem que corta as possibilidades de empatia direta com o leitor ou o interlocutor, dane-se. Regras e mais regras, orientações e mais orientações, o mundo caga regras para você, para mim, para todos....minto....ao falar mundo estou sendo injusta, vamos dizer uma parte das pessoas que nutrem um comportamento egóico e não fraterno com o resto da humanidade, dessa forma tentam instaurar uma normatização para que tudo fique sob seu aparente controle.
Mas enfim...divagações....voltando aos felinos e a nós, sabe aquela sensação de puta que pariu tenho que nascer de novo? Pois bem, eu também sei, e parece que é intermitente...vem e vai, e sempre atrelado a algo emocional, o coração governante dos dias e noites da humanidade. Quando ele padece parece que se morre um pouco, mas quando ele descansa parece que um novo renascer se aproxima, e como todo parto busca o novo, o novo respiro, o novo toque, o novo ar....fresco como todas as coisas da manhã, sincero como todas as primeiras coisas e atos, e só assim é qeu se nasce de novo, pelo menos agora, nesse momento, nessa hora da noite, nesse respiro longo depois da tragada do cigarro.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Chico Buarque forever

"Não se afobe não que nada é pra já..." - Futuros Amantes - Chico Buarque.


Ele, sempre ele... não adianta, a vitrola vai e vem, as agulhas se inquietam, os vinis se contorcem de inveja branca, não tem jeito tem coisas na vida que só uma música do Chico Buarque pode fazer por você. 
Em caso de balanços gerais diários ou sentimentais, fortes ou banais e para outras coisas tais não se engane: vá de Chico. Mas além de ouvir se você quiser ver a música de Chico recomendo uma sequência de episódios entitulados "Amor em quatro atos", são pequenas estórias baseadas em letras do muso mor.
Apesar de um certo ressentimento por ele não ter escrito teatro em vez de cinema, gosto muito da música que dá título a este episódio e é uma grata surpresa ver que a estória é uma graça também, mas Chico lembre-se: da próxima vez diga "Ela faz teatro" e meu coração será defitivamente e eternamente seu.




domingo, 21 de fevereiro de 2016

Insensatez ou Sobre dores de amores

Ilusão...
Devaneios...
Coisas do coração...
Ele não sabia o que sentia, desejava, queria mas era pouco o que pedia...
Num redemoinho de pensamentos, em um dia claro de muito vento pode perceber o tamanho de sua dor, o vazio deixado no peito após tempos e tempos e tempos...
Relia as cartas, os poemas, as promessas...
Como pôde ser tão desumana com quem lhe quis tanto bem? Agora era oco, vazio, sentia frio ao reler as linhas que lhe foram escritas. Mensagens de adeus, não estava mais nos braços seus. Compartilhava seu corpo e seus sonhos com outro homem, a ele não amava mas gostava do bem que lhe proporcionava.
O vento bate gelado ainda sobre o seu dorso, o café esfria sobre a mesa e o gato o observa com um misto de pena e desconfiança de sua fraqueza.
Liga o radio, da caixa de som uma velha canção emana e molha o rosto daquele que nunca chora, insensatez, era isso então... tão somente insensatez:

"A insensatez que você fez
Coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor
O seu amor
Um amor tão delicado
Ah, porque você foi fraco assim
Assim tão desalmado
Ah, meu coração quem nunca amou
Não merece ser amado
Vai meu coração ouve a razão
Usa só sinceridade
Quem semeia vento, diz a razão
Colhe sempre tempestade
Vai, meu coração pede perdão
Perdão apaixonado
Vai porque quem não
Pede perdão
Não é nunca perdoado"