quinta-feira, 14 de março de 2013

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E para quê dormir?
Repousar o corpo, inerte, quente, frente a janela, ao mundo e às estrelas.
O corpo não importa, a alma quer a porta, o portão, a saída do coração, quer fugir e seguir o caminho adocicado e perfumado, sem vigias e nem cadeado.
Quer ir longe, ir além de qualquer desdém, de qualquer injúria, sem penalidades a não ser a enormidade das saudades, tem uma coleção delas, umas mais douradas outras mais cheirosas, algumas sem cabelo e outras toda prosa, guardá-as com respeito, um dia elas partirão e deixarão o carinho na palma da mão, assim o amor nunca é em vão, ele fica quietinho na fresta da eternidade, debaixo do colchão, escondido, miudinho como um menino a espiar pela fechadura da porta, espia meu sono que a alma já volta.

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