quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Na retina

A mente turveia realmente pela segunda vez, confusão e serenidade se misturam, os pesos parecem diferentes como quando pesava balas no mercado aos dez anos de idade. Aliás nessa idade o maior peso era o das penas das petecas, revirei o baú, redescobri o que o tempo encobriu e não havia dado mirado. A poeira que cobriu os dias e os olhos e os pés fincando-os imóveis e presos aos céus, a poeira agora aguada se derrete e quer retornar à terra, terra de flores e cores, o mundo anda cinzento disse-me a boa velha, mas ainda assim é belo, certamente ela viu o que consigo entrever agora, o caminho lento e rude da poeira das retinas buscando as flores no chão de terra batida.

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