domingo, 25 de março de 2018

Era ele, era eu, era o bacon.

"A gente não quer só comida, a gente quer comer e quer fazer amor." - Titãs

Num fim de semana qualquer.
Estávamos sentados, a mesa era branca dessas de plástico, aguardávamos a refeição da noite, já era tarde para quem gosta de comer em horários bons para digestão, mas você sabe, eu sei, a fome é eterna.

Nosso gosto pelo cotidiano nos levou a prestar atenção na conversa ao lado, homens fanfarrões contavam fanfarronices, lorotas, defendiam algo ou alguém, as bicicletas passavam velozes na rua, era um evento esportivo e a comida esperada era algo de fato muito nutritivo:

- Dois x-bacon prontos.
- Pega lá amor;
- Opa.

O lanche veio, grande e farto, e com bacons lindos, lindos. Bacon é uma das coisas mais gostosas do planeta, definitivamente é um dos grandes motivos do não vegetarianismo mundial. Abri o lanche, comi somente um pedaço de bacon, Deus existe, como o lanche era grande retirei um belo naco daquele elixir dos deuses e separei para depois.

- Olha só, o que é isso aqui?
- Opa, esse é meu pedaço de bacon que separei para depois.
- Ahhhhh.

Olhei a cara do meu companheiro, olhei o bacon, olhei meu coração e num momento de muita lucidez disse:

- Pode pegar pra você, é a maior prova de amor que posso lhe dar.

Ele riu, negou o bacon, era a maior prova de amor que ele podia me dar naquele momento. Sim, os ogros também amam.

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