sexta-feira, 4 de maio de 2012

Baco e o telefone

Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Malbec, Shiraz, Moscatel...

Grego?

Periquita, Miolo, Santa Helena, Barcarola, Viña Concha y Toro, Campo Ardosa...

Ainda grego?

Chapinha, Palmeiras, Sangue de Boi, Country Wine...

Agora sim heim, captou a informação? Sim, estamos falando sobre vinhos, essa maravilha inebriante que há séculos ajuda a humanidade a perder a vergonha, a fazer grandes amizades e as vezes grandes cagadas.


Vinho, a bebida criada por Baco para agitar suas festinhas no Olimpo. Esse Baco sabia das coisas, também conhecido por Dionísio na mitologia grega, Baco é filho de Júpiter, o Deus dos Deuses, com Semele, uma pobre e bela mortal.

Baco é o Deus responsável pelas vinas, pela transformação das uvas no seu Chapinha de todo o dia, é o Deus da festa, dos excessos, da natureza e imagino que do telefone também.

Sim, para mim é ele o responsável pelo hábito que acomete nove entre dez bêbados de ligar para pessoas em estado de total embriaguez. O sujeito toma lá umas duas doses e pronto, com os sentidos relaxados e a vergonha guardada em algum lugar obscuro de seu cérebro ele se apossa de um aparelho telefônico e liga para Deus e o mundo.

Tenho certeza que você já viu isso acontecer, aquele colega que depois de três tequilas resolve ligar para as pessoas passando trote e se auto-intitulando como Brócolis, uma amiga que tomada pela emoção depois de meia garrafa de vinho resolve ligar para todos os ex-alguma coisa, e até mesmo aquela pessoa normal, como eu, que depois de uma garrafa do líquido bacante liga para as pessoas simplesmente para expressar a enormidade do seu afeto com expressões do tipo: "Po, te considero pra caralho...", "Só queria dizer que eu te amo viu, eu te amo, eu TE AMO...", "Sinto sua falta, você é muito importante, te adoro meu...puta merda to chorando...é de carinho né...", e por aí vai...


A embriaguez associada aos meios de comunicação podem resultar em diversos efeitos, desde estreitamento de laços e revelação de paixões escondidas pelo tempo até desastres como melar o atual  romance do seu ex, provocar discórdias entre amigos e simplesmente acordar alguém na madrugada para contar a última piada do joãozinho.

Independente disso, o vinho é feito para celebrar bons momentos e esquecer dos maus, nesse frio que se inicia é uma boa pedida para aquecer almas e derreter os corações mais gélidos, liberando aquela verdade reprimida que existe dentro de nós. E além do mais ele é gostoso, perfumado, não se trata aqui de comentários enofilícos, enófilos... esses cheiradores de rolha, mas apenas de apreciar essa bebida criada tão magicamente por um Deus que mais era humano do que qualquer outra coisa. Evoé Baco.

2 comentários:

  1. Sem dúvida Baco nos ensinou a vivenciar esses momentos sublimes, onde nos deliciamos com sabores ímpares e em estado puro de êxtase expressamos os nossos afetos, sejam eles puros, maliciosos ou maledicentes!!rs Viva Baco! Viva os amigos frenéticos ao telefone!!!

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    1. Prezada (o) Mandioquinha, realmente o vinho é muito bom sempre, porém como você sabe devemos tomar cuidado com o exagero e suas consequências, uma vez uma amiga minha quebrou o filtro de água e achou que tinha sorvete dentro, imagine...um grande beijo.

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